Depois do “A POSSIBILIDADE DE UMA ILHA”, adquiri, finalmente e após uma procura desenfreada por tudo o que é livraria de Lisboa, a primeira obra de Houellebecq que me chamou a atenção.
Sim, foi a capa. Sim, sou superficial.
AS PARTÍCULAS ELEMENTARES, de Michel Houellebecq
Michel e Bruno são dois meios-irmãos com cerca de quarenta anos, filhos de pais ausentes e de uma mãe que cumpriu, ao longo das últimas décadas, todas as etapas de libertação individual, a começar pela emancipação sexual e pelo feminismo. Duas “partículas elementares” da sociedade contemporânea, que foi atomizando progressivamente as suas estruturas tradicionais até não restar mais que o indivíduo, mutilado nos seus afectos, face ao vazio: Bruno, o voyeur, cujo elo de ligação com o real se cumpre através da busca desenfreada e contínua de sexo; Michel, o frígido, biólogo molecular e físico de partículas, cujas pesquisas vão revolucionar a história da humanidade e o final, surpreendente, deste livro.